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sábado, 27 de julho de 2013

Joana


"hoje eu falo com ela"
Ele não cansava de repetir essa frase desde a hora que acordou. Ele sentia-se diferente em relação a ela. Quando dormia, sonhava com ela, quando estava acordado, a via em todos os rostos femininos que passavam por ele. Ela estava atormentando-o e nem fazia ideia disso. Não sabia bem o que motivou essa nova estranha fase. Simplesmente aconteceu e está acontecendo. Desde então queria muito falar com ela e expor o que tava rolando. “vai que ela está sentido também, mas, e se não estiver? Vou passar por bocó ”. Uma semana se passou nessa tortura desde que ele a viu na festa de formatura de um amigo em comum. Tudo que sabia dela era que morava na rua atrás da sua e seu nome era Joana. Nada mais. Era estranho que moravam tão perto e nunca se viram. Mais estranho ainda era vê-la uma única vez e já estar tão mexido em ralação a ela. E agora eram 10 da manhã e lá estava ele todo decidido indo pra casa dela e dizer tudo que queria, e dane-se a reação dela. Ele só queria por pra fora o que já não cabia dentro do peito. Para a sua surpresa na porta da casa estava escrito “vende-se” e ele perguntou ao vizinho o porquê da placa. Foi informado que a família inteira se mudou para o outro lado do Estado por que o pai foi transferido no trabalho e resolveu levar a família junto. Sem ter muito que pensar ele foi pra casa como todo aquele sentimento ainda dentro de si e um sentimento a mais que até então ele desconhecia: a decepção.
-cleyton vidal

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Feliz Dia Do Escritor!!!!


o processo criativo é interessante. vc vê algo, esse algo aparentemente simples que vc precisa não apenas dar sentido, mas fazer com que ele faça sentido pros outros senão vc vai ser taxado de doido. aê vc vai ter que fazer td mundo curtir esse sentido novo. aê vc olha. ta uma merda. td de novo. ta uma merda. td de novo. melhorando, quase lá. ajusta, ajusta, ajusta.... ta uma merda.
-cleyton vidal

domingo, 21 de julho de 2013

Projeto Baião de Dois



Salve galera!!! Como alguns sabem (sabem né?) Eu sou ator e faço parte do Grupo Cordel em Cena, de Feira de Santana. Bom, dias 2, 3 e 4 de agosto estaremos promovendo o Projeto Baião de Dois, uma iniciativa que visa trazer ao palco alguns aspectos culturais artísticos oriundos do nordeste. Dois espetáculos que trazem o clima sertanejo em sua essência serão apresentados. Que são estes:

“A Chegada de Lampião no Inferno” é baseado no cordel de José Pacheco, que resgata a figura de um dos personagens mais marcantes no imaginário popular interiorano e nordestino, que é a figura do Lampião e conta a história de sua possível chegada ao inferno. Os seres infernais, o diabo, além do próprio lampião, são imaginados e construídos de forma leve e ao mesmo tempo sombria deixando um clima de fascínio sem perder a essência do cordel.

“O amor em Luiz” tem como fio condutor músicas de Luiz Gonzaga. A peça conta a história de dois jovens de famílias rivais que se apaixonam. Entre fugas e contratempos, seus destinos são amarrados de maneira surpreendente. Comédia, drama e romance se misturam nessa história que traz a alma nordestina e personagens cativantes.

Bom, é isso. A data e o local estão aê no cartaz e quem não for morrerá instantaneamente de caganeira vai perder uma bela oportunidade de curtir um bom clima nordestino. aguardo-vos lá!!

sábado, 6 de julho de 2013

O duelo.


Cenário típico. Cidade velha, rua semi deserta. É meio-dia. Dois homens, dois chapéus, duas armas. O clima era tenso, afinal, quem errasse ou sacasse atrasado morreria. Olhos nos olhos. A honra estava em jogo no momento. A cidade assistia como quem está em um evento festivo. crianças nas janelas, mulheres atrás das cortinas conversando a respeito e homens nas portas apostando. Não se via nenhum familiar dos duelistas. Talvez eles eram forasteiros, talvez seus familiares já não estão neste mundo, talvez eles estão em casa para não ver tão dramática cena. Nada disso importa. Só o duelo importa. Longos trinta segundos se passavam e suas mãos coçavam aguardando o momento certo de pegar sua arma e mandar o adversário para o mundo dos mortos.  "Esse desgraçado vai pagar" pensava um deles. " "Maldito" repetia o outro para si.  Suas armas calibre 38 pareciam implorar para serem disparadas. Porém, tal como um disparo fatal, um questionamento simplesmente apareceu em suas mentes: "porque estou duelando mesmo?". A tensão antes crescente agora diminuía cada vez mais até relaxarem por completo e se indagarem se valia mesmo a pena trocar tiro com o tipo á sua frente. A vontade de matar que antes os dominava passou, e seja lá qual era o motivo deles estarem naquele sol quente desgraçado com um monte de gente os assistindo não importava mais. Apenas um desejo dominava seus corpos e um deles deu voz ao pensamento de ambos:
- Ei, quer tomar um drink?
- Quero sim. Mas, essa rodada eu pago.
- Tudo bem. Desde que eu pague a próxima!
E, sob os olhares desapontados dos moradores daquela cidade os dois antigos adversários se dirigiram ao saloon, para brindar a nova amizade que nascera em tão estranha circunstância.
Quanto aos espectadores, maridos batiam nas esposas por que não havia comida na mesa, apostadores trocavam tiros devido à devolução de quantia diferente do que foi pago, mulheres se acusavam de observar demais a vida alheia e até o delegado matou o subordinado discutindo qual dos dois deveria prender os dois baderneiros que estavam tirando a calma da cidadezinha. Foi o maior banho de sangue que a pacata cidade já ouviu falar.     

Dente de Leão


Tarde,
Sob os raios do crepúsculo,
Me vejo a chamar
O nome da flor
Que lança aos ventos
Suas sementes
Que voam livres
E florescem
Pelos campos, caminhos
E corações