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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Carlos



Ainda chovia bastante e Carlos estava revoltado. Seus sapatos estavam encharcados e seu sobretudo aliado ao chapéu ofereciam o mínimo de proteção. Já não bastavam os risos que ele ouvia por causa dessa combinação ultrapassada. Mas dane-se. Ele gosta e é só o que importa. Sua única preocupação agora é encontrar o dono da mão que o gato mastigava quando a menina ligou a luz da cozinha. Bebia grandes goles de café preto para tentar trazer de volta a sobriedade que o álcool havia levado 2 horas antes. A única pista que havia era um anel dourado. Mas o que chamou mesmo sua atenção foi o desenho marcado nele: um quadrado que possuía um círculo com um ponto em seu interior. Após os peritos liberarem, Carlos levou consigo o anel para a sua investigação. O local escolhido por ele para pensar a respeito era onde ele passava a maior parte do tempo: o bar do Luíz. isso depois de comer sanduíche numa esquina qualquer. Incrivelmente o veneno que levava embora a sua sanidade era o mesmo que aumentava sua capacidade dedutiva: a vodca. Com o café servindo de contrapeso, Carlos resolveu experimentar o anel quando teve uma epifania: O anel deveria pertencer a algum grupo mafioso da cidade cujos métodos punitivos são bem cruéis, então, o portador do anel cometeu algum erro pagando com a sua mão esquerda. O mistério agora é descobrir onde está o resto do corpo. Ainda olhando para o anel e refletindo, Carlos sentiu um toque em suas costas seguido por um delicioso e conhecido aroma de perfume francês. 
- Olá Alice. Disse ele sem precisar se virar.    

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

porquê assistir...



300
A história do pequeno grupo de soldados que desafiou todo um império é uma lenda entre líderes do mundo inteiro. Leônidas é o arquétipo perfeito do herói clássico: virtuoso, idealista e luta pelo seu ideal sem medo de morrer. Mas também é um professor que dá uma aula de como um guerreiro pensa. Ele não é apenas um brutamontes com sede de sangue. quer dizer, também né Cada guerreiro precisa antes de tudo amar o ideal pelo que luta. Seja ele qual for. Se você acredita em algo, seja religião,  uma opinião  ou um objetivo. Não tenha medo de expor nem de defender. Alias, defenda com todas as forças o que você acredita só não mate ninguém. não ensino isso aki.  Sempre vale a pena manter uma ideia firme pois, isso não é só questão de ser ou não cabeça dura. É questão de identidade. Quando lutamos pelo que acreditamos, lutamos por nós mesmos antes de tudo. Não se ajoelhe nunca pra nenhum déspota que te exija fazer isso. a não ser que você curta a ideia, aí é outra história. Lute sempre e sem esmorecer pelo que você acredita e sempre, sempre fique firme. Ainda que você seja o único de pé. E não podia deixar de lado a singela frase:
This is Spartaaaaaaa!!!!    
É isso aê e até a próxima!!  

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

E com vocês...

Abolição?


Soou um estampido claro e dissonante
Das momescas canções entoadas no umbral
Da passarela dos blocos de carnaval:
O rosto negro, a mão branca, o som lancinante.


Do olhar, a resignada inércia suplicante
Ecoou em mim mais dolorosa afinal.
Não a dor da violência física, carnal,
Mas da inépcia de me sentir seu semelhante.


De lágrimas, marcados os dedos na face
Negra, tal qual a noite que se debruçava
À púrpura que se evolava do barranco,


Trouxeram à luz uma era sem desenlace,
Que, na pele escura, o seu flagelo gravava;
Na clara, insculpia a vergonha de ser branco.


(Guilherme Amorim)