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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Sobre arroz, farofa e as coisas simples da vida.

 

 Fazer algo que você nunca fez na vida é a coisa mais estranha do mundo. Não mais estranho que acordar um belo dia e se tocar que você é a única pessoa do universo que não sabe fazer um "simples" arroz nem uma "simples" farofa. Incrível como as coisas simples parecem ter abismos de distância quando desconhecemos a maneira para alcançá-las. Esse foi meu pensamento quando abri o velho tutorial de internet pra aprender a fazer farofa. Sim, farofa.Imagine a minha cara quando vi que a duração do vídeo era de pouco mais de 3 min. Passei a infância, adolescência e boa parte da minha vida adulta travado em fazer algo de 3 minutinhos! Como não podia voltar no tempo, ignorei ( com muito esforço mental) o fato e lá fui eu de celular na mão e toda a disposição do mundo pra fazer algo que só precisava de: sal, manteiga, cebola e a farinha dãããã. Eu já havia tentado uma vez, mas o uso do instinto não favoreceu o resultado. Mas sim! O desafio foi cumprido com o resultado favorável com direito a repetição da experiência ( sem tutorial dessa vez) no dia seguinte. 
Farofa, ok! Mas e o arroz? Esse  sim era um verdadeiro desafio. Não havia tentativa prévia, nem nada prévio. Mesmas armas, mesma disposição, mesma cara quando vi o tempo do vídeo, mesmo procedimento, mesma finalização, certo? ERRADO! Descobri, que existe tipo de arroz (?!); tem que lave e quem não lave (e agora, José?); que é preciso ficar experimentando pra ver se está bom ( sério isso? É arroz, gente!!!); e outras coisas que já tava me sentido em um restaurante Japonês (peço perdão pelo vacilo no estereótipo). E isso tudo em um "simples" arroz? Como pode ser tão simples com tantos pormenores? 
Mais tarde, pensando no processo, visualizei quantas coisas simples são tão complexas: fazer farofa,  fazer arroz, falar em público, beijar, cantar, andar, fotografar, escrever, se relacionar... e boa parte dessas coisas nem tem tutorial. e as que tem, não dizem tudo. não falam que você tem que ter paciência, que pode errar, que tem que ter intuição e, principalmente, você tem que querer. 
O arroz? É... um pouco duro, um pouco sem sal, mas foi feito. Com direito a parabéns dado pelos amigos ("que orgulho!", "parabéns","já pode casar", "quem é você e o que fez com cleyton?"), e a maior cozinheira que conheço aprovou: Minha mãe! E isso é uma conquista no que se refere a mim e às minhas "habilidades" culinárias. 
O fato é que agora a farofa e o arroz deixaram de ser um mistério pra mim. Agora posso dizer que é simples fazê-los. A pergunta do momento é: Será que fazer feijão é simples?    

Por: Cleyton Vidal