Ainda chovia bastante e Carlos estava revoltado. Seus sapatos estavam encharcados e seu sobretudo aliado ao chapéu ofereciam o mínimo de proteção. Já não bastavam os risos que ele ouvia por causa dessa combinação ultrapassada. Mas dane-se. Ele gosta e é só o que importa. Sua única preocupação agora é encontrar o dono da mão que o gato mastigava quando a menina ligou a luz da cozinha. Bebia grandes goles de café preto para tentar trazer de volta a sobriedade que o álcool havia levado 2 horas antes. A única pista que havia era um anel dourado. Mas o que chamou mesmo sua atenção foi o desenho marcado nele: um quadrado que possuía um círculo com um ponto em seu interior. Após os peritos liberarem, Carlos levou consigo o anel para a sua investigação. O local escolhido por ele para pensar a respeito era onde ele passava a maior parte do tempo: o bar do Luíz. isso depois de comer sanduíche numa esquina qualquer. Incrivelmente o veneno que levava embora a sua sanidade era o mesmo que aumentava sua capacidade dedutiva: a vodca. Com o café servindo de contrapeso, Carlos resolveu experimentar o anel quando teve uma epifania: O anel deveria pertencer a algum grupo mafioso da cidade cujos métodos punitivos são bem cruéis, então, o portador do anel cometeu algum erro pagando com a sua mão esquerda. O mistério agora é descobrir onde está o resto do corpo. Ainda olhando para o anel e refletindo, Carlos sentiu um toque em suas costas seguido por um delicioso e conhecido aroma de perfume francês.
- Olá Alice. Disse ele sem precisar se virar.