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terça-feira, 28 de maio de 2013

Um conto que escrevi nesse fim de semana. Qualquer semelhança é mera coincidência.



Eles entraram em momentos diferentes. De repente estavam lado a lado. Cada um pegou o seu celular e começaram a fazer algo de seus interesses. Ele digitava qualquer coisa sobre a sociedade contemporânea no seu blog, ela se concentrou em um dos inúmeros jogos que tinha no celular. Dois mundos, duas formas de escapar do mundo real. Porém um leve tocar de pernas criou entre eles um despertar e eles então se notaram. Ela começou a se perguntar quem era o rapaz simpático que estava ao seu lado, ele implorava a todos os deuses um assunto para chamar a atenção dela. Ela o olhava de canto querendo saber o que ele digitava com tanta atenção, ele achava que ela o julgava esquisito. O ônibus ia seguindo e a vontade de um contato só aumentava junto com a falta de coragem. Ele esqueceu o titulo do blog, ela perdeu a ultima vida no jogo ainda na primeira fase. Ruas passavam, ansiedade aumentava. Ela usava os cabelos para não evidenciar que o observava, ele, olhava a janela do lado dela como pretexto para admirá-la. Um sentimento criado entre dois desconhecidos que foi interrompido pela chegada dele ao seu destino. Lamentando a falta de coragem, ele se levantou para descer no seu ponto quando ela levantou os olhos encontrando com os dele. Um leve sorriso brotou no rosto dela e ele se sentiu o homem mais feliz do mundo. Tinham muito que dizer, muito o que conversar, mas ele estava no momento de descida e tudo que eles conseguiram dizer ao mesmo tempo foi um belo e apressado “tchau”.


-Cleyton Vidal

Um comentário:

  1. Mais um momento único retratado em prosa! De um simples encontro casual num ônibus inúmeros sentimentos brotam. Dois olhares que se encontram, um toque sutil. O suficiente para despertar uma torrente de sentimentos. Belo texto!

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